CropLife Latin America

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Embora sem campo não haja cidade, o desconhecimento sobre como os alimentos são produzidos gera narrativas que não refletem os avanços nos indicadores de sustentabilidade agrícola na região. Essa foi a conclusão de Lloyd Day, Subdiretor do IICA, e Fernando Mattos, ex-ministro da Agricultura do Uruguai. Ambos os painelistas concordaram sobre a importância de unir esforços com todos os setores da cadeia de valor agrícola para levar às conferências globais mensagens sobre ciência, tecnologia e inovação agrícola na América Latina. A próxima conferência das Nações Unidas será a COP30 sobre mudanças climáticas, que ocorrerá no Brasil em novembro. É justamente nesse cenário que se deve insistir que a agricultura é parte da solução para as mudanças climáticas — e não o problema — apresentando os indicadores de sustentabilidade, destacou Lloyd Day, do IICA.

Agricultura Sustentável em Ação (SPMF): um modelo moderno de gestão integrada

Outro tema tratado na agenda da Convenção, relacionado com os indicadores de sustentabilidade, foi um painel com os diretores executivos das associações nacionais de proteção de cultivos do Chile (AFIPA), Colômbia (Procultivos, ANDI) e Guatemala (Agrequima). Emergiram consensos claros: a iniciativa Agricultura Sustentável em Ação (SPMF em outras regiões) não é apenas um projeto, mas um modelo prático de governança e gestão que já está fortalecendo a credibilidade, a capacidade técnica e o posicionamento estratégico do setor nesses países. Os painelistas destacaram que integrar o SPMF na gestão cotidiana das associações permitiu melhorar o diálogo com as autoridades, apoiar os agricultores e promover a inovação — tudo isso protegendo a licença social para operar. Cada país destacou pilares diferentes: o Chile enfatizou o diálogo regulatório e as parcelas piloto com agricultura familiar; a Colômbia a integração institucional do modelo com suas áreas técnicas, de comunicação e sustentabilidade; e a Guatemala o treinamento com múltiplos atores e a articulação público-privada. O painel concluiu com um firme chamado para implementar o modelo SPMF a nível regional como uma visão compartilhada, consolidando anos de esforços e posicionando a indústria como um ator comprometido com o futuro e com a transição para sistemas alimentares sustentáveis na América Latina.

Delisa Jiang, gerente de projetos SPMF da CropLife International, destacou o compromisso do setor com essas iniciativas, que são baseadas na ciência, promovem a inovação e incentivam o uso responsável de produtos fitossanitários.

Impacto das possíveis restrições ao comércio de defensivos agricolas

Perdas de produtividade, perda de empregos rurais e riscos à soberania alimentar estão entre as consequências das possíveis restrições ao comércio de pesticidas.
As análises de impacto em cultivos estratégicos no México e na Colômbia mostraram a importância das ferramentas de proteção de cultivos para a produtividade, geração de emprego e acesso aos alimentos. Os estudos foram conduzidos por Proccyt (México) e Procultivos ANDI (Colômbia) e facilitaram o diálogo proativo com autoridades, congressistas e entidades do setor, permitindo compreender a situação atual e o potencial do setor agrícola no médio e longo prazo.
Segundo María Helena Latorre, diretora de Procultivos-ANDI, e Luis Osorio, diretor da Proccyt, no México, o milho poderia perder mais de 37% de produtividade devido a pragas e doenças que não poderiam ser controladas sem defensivos agrícolas. Na Colômbia, as perdas em culturas estratégicas superariam os 51%.

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Clique em cada imagem para ver os relatórios do México e da Colômbia (disponíveis apenas em espanhol)

Leis REP para a agricultura

Outro painel do encontro anual da CropLife Latin America abordou a importância das Leis de Responsabilidade Estendida do Produtor (REP) na região. Diretores das associações responsáveis pelo programa de recolhimento de embalagens CampoLimpio no Brasil, México, Guatemala e Chile destacaram a necessidade de estar atentos e agir de forma proativa no desenho e implementação dessas leis. É fundamental que as normas existentes sobre resíduos — especialmente os de embalagens vazias de pesticidas — não sejam ignoradas. Também é essencial que os processos, funções, metas e responsabilidades atribuídas pelas leis sejam claros e levem em conta a complexidade dos resíduos agrícolas, pois, globalmente, as leis REP focam mais nos resíduos urbanos do que nos rurais. 

Proteção de cultivos menores

Anna Gore, diretora da Minor Use Foundation, apresentou os avanços na priorização de cultivos menores na América Latina. A fundação trabalha para oferecer ferramentas de controle de pragas que cumpram os padrões de segurança alimentar para esses cultivos. Entre os cultivos priorizados estão pimentão, tomate, abacate, maracujá, banana e berinjela. As pragas prioritárias incluem trips, mosca branca (insetos) e antracnose (doença fúngica).

Comércio ilegal

O crescente interesse das autoridades em alguns países da região sobre o comércio ilegal de produtos fitossanitários é um dos resultados mais significativos da campanha liderada pela CropLife Latin America com sua rede de associações nacionais. Estudos, denúncias e operações fazem parte dos relatórios regionais sobre o tema, que também tem despertado o interesse de organismos internacionais e regionais como FAO, OCDE, TRACIT e BID. A capacitação com foco em distribuidores e a busca por alianças público-privadas foram ações recomendadas por Javier Fernández, diretor de Assuntos Regulatórios.

Centros de Atendimento Toxicológico

“Não podemos viver sem substâncias químicas, assim como não podemos deixar de intervir nas consequências do seu manejo inadequado. Uma forma de fazer isso é promover de forma sustentável os Centros de Informação Toxicológica”, afirmou o Dr. Ubier Gómez, médico toxicologista. Ele ressaltou a importância de manter os Centros de Atendimento Toxicológico funcionando 24 horas por dia, com pessoal capacitado e recursos adequados.

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A convenção anual de 2025 contou com a participação de mais de 50 pessoas, entre diretores, presidentes e colaboradores da rede de associações. Como sempre, o encontro enriqueceu e ampliou as perspectivas sobre temas fundamentais para o setor.