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Pragas

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La Praga arrasou culturas de Soja e algodão no oeste da Bahia e Mato Grosso. São estimadas perdas de US$ 441,000 em algodão e soja nas ultimas duas safras.

Emergência sanitária em diversas culturas

A lagarta Helicoverpa armígera surpreende ao Brasil por seu devorador apetite

Helicoverpa armigera causa grandes prejuízos aos produtores de grãos, vegetais e frutas cítricas em diferentes regiões do Brasil. Arrasou culturas de Soja e algodão no oeste da Bahia e Mato Grosso. São estimadas perdas de US$ 441,000 em algodão e soja nas ultimas duas safras.

Estima-se que esta praga pode causar mais prejuízos do que o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis Boheman).


Pelo Eng. Ag. Fredy Salamanca
Centro de Estudios CropLife Latin America
 

 

Especialista convidada
Silvana Paula-Moraes
Entomologista
Embrapa Cerrados, Brasil.


Que é a lagarta Helicoverpa armigera?


É uma praga cosmopolita com alto grau de polifagia, atualmente ataca várias culturas no Brasil, como soja, algodão, milho, feijão, grão de bico, linhaça, girassol, cereais de inverno, citros, trigo, cevada, aveia e sorgo. Devido a esta situação foi declarado emergência quarentenária A1, que consiste em declarar esta praga de alto risco devido aos prejuízos econômicos que pode causar.

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Lagarta exótica em algodão.

É originária de África, hoje em dia ataca culturas na Ásia, Europa e Oceania. Na América do Sul foi identificado em fevereiro de 2013 por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Silvana Paula-Moraes e Alexandre Specht de Embrapa Cerrados, e por Daniel Ricardo Sosa-Gomez da Embrapa Soja, mediante análises morfológicas e de DNA em adultos do sexo masculino. Algumas hipóteses afirmam que esta praga chegou de Europa numa importação de flores através da Argentina e outras mencionam a possibilidade de bioterrorismo. Esta praga tem como características importantes o potencial de desenvolvimento de resistência a inseticidas, elevada mobilidade e uma elevada taxa de reprodução, já que cada fêmea tem a capacidade de ovipositar de 1000 a 1500 ovos.


Esta praga é uma espécie externamente parecida a Helicoverpa gelotopoeon (Dyar), presente no sul da América Latina (Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Brasil), ela pode ser facilmente confundida.

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À esquerda a lagarta de Helicoverpa gelotopoeon (Dyar) e à direita lagarta de Helicoverpa armígera.

Que danos causa Helicoverpa armigera? 

El impacto económico de Helicoverpa armígera O impacto econômico de Helicoverpa armigera é registrado em países como a Austrália, África, China e Índia, especialmente na cultura de algodão. A lagarta ataca a órgãos vegetativos e as estruturas reprodutivas das plantas. Tem grande capacidade de mobilidade entre os frutos, por conseguinte, pequenas populações desta lagarta pode representar um alto risco de destruição. US$ 441.000 no Brasil é o valor estimado das perdas e custos de controle nas duas últimas temporadas em algodão e soja.


¿Qual é o ciclo de vida de Helicoverpa armígera?


O ciclo de vida dependente da temperatura, sendo em condições ótimas de 35 a 40 dias/ciclo, 3 a 4 gerações por ciclo da cultura. Na forma adulta presenta uma forma de borboleta de 35 a 40 mm de ancho nas asas, com cor amarelo no primeiro par de asas, com um ponto escuro mais ou menos visível, e o segundo par de asas com cor mais clara com uma grande faixa escura distal. É uma espécie migratória, com grande habilidade de voar.

A fêmea fecundada deposita os ovos em forma isolamento perto dos brotos, flores, folhas e frutos jovens. Ela geralmente deposita de 1000 a 1500 ovos por ciclo. Os ovos são brancos e durante o amadurecimento são marrões.

A lagarta apresenta entre cinco e seis estágios de desenvolvimento. Sua coloração é muito variável, geralmente reconhecível pela faixa transversal dorsal verde escuro e outras faixas mais claras, com cerdas pretas dispersas por todo o corpo com uma base arredondada escura. Eles se alimentam principalmente de frutas, folhas, brotos, vagens e flores. A maturação é completada entre 3 a 20 dias, dependendo da temperatura. A duração de desenvolvimento dos estágios imaturos pode variar de 26,6 dias em milho e 35,1 dias em tomate.

Uma vez é finalizada a fase larval, a lagarta cessa a alimentação, se desloca para o solo constrói uma câmara pupal e um túnel de emergência, e entra a diapausa pupal (desenvolvimento interrompido) induzida por dias curtos (11 a 14 horas de luz por dia), baixas temperaturas e até mesmo altas temperaturas, combinadas com estação seca são citadas como fatores que podem desencadear diapausa pupal, até o aparecimento de condições favoráveis.

 



H. armigera en: 1) fase larval, 2) adulto, 3) em vagens da soja e 4) em algodão.(Czepak et al., 2013).

Quais tipos de controle podem ser usados para combater a Helicoverpa armigera? Quais tecnologias estão sendo usadas (proteção, biotecnologia, melhoramento genético)?

Um grupo de especialistas da área de entomologia da Embrapa produziu um documento, considerando diferentes aspectos do manejo integrado de pragas (MIP), citados na literatura que devem ser avaliadas para as condições brasileiras.

No caso de controle químico, a alternativa mais adequada para o controlo de H. armigera, é a adoção de um sistema de monitoramento de pragas e o nível de controle com inseticidas para a tomada de decisões, com ajuda de a adoção de níveis de ação. A contagem direta de ovos e lagartas da primeira etapa (fase) é recomendada na Austrália para a cultura do algodão, com uma frequência de duas vezes por semana, ao início da germinação de plantas e até a 30 ou 40% das plantas estão com os botões ou flores abertas. De acordo com a Embrapa, os inseticidas químicos devem ser usados com os seguintes níveis de ação.

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A abordagem de manejo regional de pragas é proposta como alternativa para o manejo de H. armigera, considerando-se o número de gerações, a capacidade de migração e alto grau de polifagia desta espécie.

As seguintes são algumas das ferramentas que os agricultores podem utilizar para controlar a Helicoverpa:

  • Use armadilhas com feromônio sexual sintética da praga: as armadilhas de feromônio são mais sensíveis na detecção de populações iniciais, são mais específicos e a contagem é mais fácil e rápido.
  • O uso de armadilhas luminosas permite a detecção de espécies presentes em determinadas áreas e conhecer a dinâmica populacional durante o cultivo.
  • Utilização de materiais resistentes, tais como plantas transgênicas, que expressam as toxinas deBacillus thuringiensis (Bt).
  • Destruição de resíduos de culturas.
  • Liberação de inimigos naturais, como o fungo Trichogramma pretiosum. O controle biológico é mencionado como um aliado no manejo de H. armigera, mais de 15 espécies de parasitóides Trichogramma, atacam os ovos.
  • Uso de inseticidas seletivos com diferentes modos de ação (rotação) para evitar seleção de populações resistentes e reduzir a pressão de seleção de ingredientes ativos.
  • Manejo de parasitoides ou insetos benéficos.
  • Utilização de agentes microbianos como baculovirus e Bacillus thuringiensis (Bt).

Referências:

  • Cecília Czepak, Karina Cordeiro Albernaz, Lúcia Madalena Vivan, Humberto Oliveira Guimarães e Tiago Carvalhais. Comunicação científica.Helicoverpa armigera (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) en Brasil. 2013.



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