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Pragas

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LAGARTA-DA-MAÇÃ OU HELIOTHIS VIRESCENS


O inseto mortal que consome algodão

Uma larva somente de H.Vireescens pode consumir mais de 15 estruturas produtivas durante o seu desenvolvimento.

Conhecido como o "perfurador grande de maçãs", esta lagarta causa danos mortais principalmente em cultivos de algodão e tabaco, mas também pode atacar outro tipo de cultivos.

Os danos causados pela lagarta-da-maçã repercutem diretamente sobre a qualidade da fibra, principalmente em consistência e cor, reduzindo a produção e causando grandes perdas econômicas aos produtores deste cultivo.

Junto com o bicudo, é a Praga mais destrutora dos algodoais em todo o mundo.

Reconheça, controle e previna a lagarta-da-maçã e a lagarta da espiga do milho nos cultivos de algodão. Entrevista com o Dr. Miguel S. Serrano, Ph.D. Gerente de Desenvolvimento Técnico para Biotecnologia, Monsanto México.

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Especialista convidado:
Miguel S. Serrano, Ph.D.
Gerente Desarrollo Técnico para Biotecnología 
Monsanto - México


O que é a lagarta-da-maçã ou Heliothis Virescens?

MS: O lagarto-da-maçã é um inseto do grupo dos lepidópteros que ataca uma grande variedade de cultivos e é uma praga de muita importância no algodoeiro. O H. Virescens passa pelos estados dos ovos, de dois a cinco dias, seguido pelas larvas, de 14 a 30 dias, que são as responsáveis pelo dano nas plantas e que passam por 5 a 6 estágios e alcançam de 4 a 5 cm em seu máximo desenvolvimento. As pupas, de 10 a 18 dias, normalmente se apresentam no solo quando a sua larva completamente desenvolvida ¨desce¨ da planta. Depois da pupa, emergem os adultos, também denominados traças, que são os estados reprodutivos e de dispersão da praga e normalmente apresentam hábitos noturnos. As traças tem uma envergadura de 2.5 a 3.5 cm e se separam de outras espécies de hábito similar em que apresentam três linhas obliquas muito características e de cor avermelhada nas duas asas anteriores. O segundo par de asas tem um traço prateado.

As fêmeas podem pôr até 400 ovos. Normalmente elas os põem individualmente sobre as folhas ou estruturas terminais do galho. As larvinhas recém-emergidas, depois da eclosão dos ovos, roem as gemas terminais as pranta e podem produzir o secado. Durante o seu desenvolvimento, as larvas se alimentam dos botões florais e das maçãs. A alimentação em botões contribui a perda precoce de estruturas reprodutivas no algodoeiro. Durante a sua alimentação perfuram a estrutura e consomem todo seu interior, causando a perda destas e a redução de rendimento de algodão. Em leguminosas, penetram as vagens e consomem a semente.

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Clemson University USDA Cooperative Extension Slide Series Bugwood.org
 

Que sintomatologia apresentam as culturas infectadas?

MS: No algodoeiro, o dano por H. Virescens se manifesta por que quando ataca os botões florais, causa a sua abertura e caída, o que significa perda destas estruturas. Quando ataca as estruturas mais desenvolvidas como as maçãs, o inseto produz um orifício circular de entrada e consome todo ou quase todo o interior da maçã. Normalmente se observam os excrementos da larva fora da estrutura consumida.

Que fatores biológicos, físicos e ambientais facilitam o contágio e a propagação da praga?

MS: A praga se distribui em todas as zonas algodoeiras desde os Estados Unidos até o Caribe e América do Sul. Praticamente ataca em todos os ciclos de cultura na região, mesmo quando as suas populações são mais altas em umas temporadas que em outras. O inseto está adaptado às condições ambientais da região especialmente naquelas onde se cultivam o algodoeiro, e se pode assumir que se apresentará em níveis que superem o limiar de dano econômico e mereçam tomar uma medida de controle em todas as temporadas algodoeiras.

Que zonas ou condições das culturas são mais predispostas a contrair esta praga?

MS: Esta espécie se distribui por toda América Tropical, desde o norte da Argentina até o México e Estados Unidos. Em geral, o H. Virescens está presente em todas as zonas algodoeiras da região, desde os Estados Unidos, México, Centro América, Caribe, Colômbia, até o Equador e Peru.
 

Que medidas preventivas podem-se tomar para evitar esta praga?


MS: Mesmo que, em geral, não sejam muito efetivas e às vezes são difíceis de aplicar, existem algumas medidas preventivas como a destruição oportuna dos resíduos da colheita entre uma temporada de plantio de algodoeiro e a seguinte, que possam contribuir a uma melhor sanidade de cultura e a menores ataques de pragas, em geral, e de de H. Virescens em particular. Adicionalmente, a sincronização dos plantios em períodos curtos também ajuda a reduzir a intensidade do ataque desta praga em algumas zonas da região.

Que mecanismos devem-se tomar para controlar o aparecimento da praga e/ou erradicá-la da cultura?


MS:Em muitos mercados, se usam variedades geneticamente melhoradas com Bt que são muito eficientes em controlar a praga. Em países que ainda no contam com o uso de variedades de algodão Bt, a praga conta com uma variedade de inimigos naturais e o controle biológico pode chegar a ser uma ferramenta apropriada do manejo integrado de pragas, incluindo o uso de formulações de Bacillus thuringiensis disponíveis no mercado por toda região. Parasitoides de ovos como Trichogramma spp, causam alta mortalidade de H. Virescens. Também se conhece a ação benéfica de depredadores tais como Orius spp. y Geocoris spp, que foram registrados atacando o inseto em todas as zonas geográficas onde aparece atacando o algodoeiro.

No caso de altas infestações que superem os níveis que se considera que causam perdas econômicas, pode-se utilizar o controle com inseticidas químicos usando-os de maneira racional para prevenir a seleção por resistência a estes produtos que tem sido uma característica do H. Virescense e que tem complicado o seu manejo baseado em inseticida de síntese química.

Estas são algumas recomendações para o seu controle:


Controle cultural:

  • Preparação adequada do terreno, mediante aragens profundas para a destruição de pupas ou a exposição das mesmas aos predadores.
  • Reduzir os períodos de plantio, assim como os de preparação do terreno para evitar plantas atrasadas e reduzir a emergência sequencial das populações.
  • Plantar dentro das datas fixadas para a cultura
  • Manejo correto de irrigação e adequada fertilização nitrogenada para evitar a formação de plantas suculentas.
  • Praticar rotação de culturas não atrativas para a praga
  • Plantar variedades menos suscetíveis ao ataque desta praga como as do tipo G. barbadense


Controle mecânico:


Coleta a mão de botões danificados para eliminar larvas e recuperar parasitoides, especialmente no começo de campanha.
Despontar as plantadas e adiantadas para eliminar posturas e larvas pequenas


Controle químico:


Nas primeiras etapas do cultivo, uso de inseticidas de ação estomacal
Aplicações de Bacillus thuringiensis.


Em termos gerais, de quanto foram as perdas por Heliothis Virescens na América Latina em 2010?

MS: Mesmo que não haja estatísticas exatas de perdas, se se considera que somente uma larva de H.Virescens pode consumir mais de 15 estruturas durante o seu desenvolvimento e causa perda total, o dano que tradicionalmente se associa a praga é muito significativo. Esta praga tradicionalmente requer varias aplicações por ciclo de cultura, o que faz do seu manejo um dos custos importantes de produção de algodoeiro na região.

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Ronald Smith, Auburn University, Bugwood.org