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Pragas

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Uma bactéria que arrasa os cultivos de cítricos

  • Somente no Brasil, esta doença deixa perdas de 120 milhões de dólares anuais.
  • Calcula-se que causou a morte de mais de 50 milhões de plantas na Ásia e 10 milhões na África nos últimos sete anos.
  • É considerada como uma das mais destrutivas pela severidade dos efeitos, a rapidez com que se dispersa e porque afeta todas as espécies de cítricos. Este ano, países como o México e a Costa Rica estão em alerta sanitária. No México 520 mil hectares podem estar afetados.
  • A laranja é um dos cultivos mais importantes no México. O país produz 6,7 milhões de toneladas anuais destes produtos que representam 615 milhões de dólares. Ao redor de 67.000 produtores se dedicam a esta atividade que gera 70.000 empregos diretos e 250.000 empregos indiretos.

Reconheça, controle e previna o amarelão nos cultivos de frutas cítricas. Entrevista com o engenheiro agrônomo Jorge Arturo Solano Sibaja, Chefe Regiao Huetar Norte-Serviço Fitossanitário do Estado, Ministério de Agricultura da Costa Rica.

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Experto Invitado: 

Ing. Agr. Jorge Arturo Solano Sibaja
Chefe Região Huetar Norte - Serviço Fitossanitário do Estado Companhia, MAG. 
Costa Rica


O que é o amarelão? 


RP:  O HLB Huanglongbing surge como resposta da planta à bactéria (Candidatus Liberibacter asiaticus) nos seus tecidos. Os principais estragos que produz são a deterioração progressiva do vigor da árvore, amadurecimento antecipada e caída da fruta, amarelado da folhagem com padrões assimétricos e o eventual colapso geral da planta até chegar à morte. 

 

Qual é a sintomatologia que se apresenta nos cultivos afetados?  

RP: As folhas se tornam amarelas e aparecem pontos ou ilhas verdes, os frutos podem deformar-se e inverter seu processo de amadurecimento, os galhos das árvores iniciam uma morte descendente até chegar ao colapso total da planta. 

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J.M. Bové , INRA Centre de Recherches de Bordeaux, Francia.

 

Estragos que produz:

  • Morte de plantas
  • Diminuição do peso dos frutos
  • Diminuição do nível de açúcar (parâmetro importante para a indústria)
  • Aumento do nível de acidez
  • Diminuição da porcentagem de suco
  • Diminuição de tamanho e alteração na cor e na forma
  • Una planta jovem afetada não produz frutos
  • Afeta todas as variedades de copa independentemente dos padrões
  • Altera a forma e características organolépticas dos frutos

 

¿Que fatores biológicos, físicos e ambientais facilitam o contágio e a propagação da doença?

 Aspectos Epidemiológicos.

RP: Aspectos Epidemiológicos A doença se dissemina principalmente pelo psilideo asiático dos cítricos, Diaforina citri, este inseto se alimenta dos brotos brandos das plantas e se a planta tem a doença, o inseto adquire a bactéria no seu sistema bucal e assim inicia a sua disseminação a outras árvores ou plantações saudáveis.

 

Características do vetor ou transmissor:

  • D. citri é um hemíptero (Psyllidae) muito pequeno, 2 a 3 mm de longitude, cujas características principais são as manchas pardas nas asas deixando uma área central clara e a posição que adota o adulto quando pousa na planta formando um ângulo de 45 graus.
  • Os ovos, amarelos a alaranjados e alongados são depositados nas folhas dos brotos muito brandos.
  • Passa por cinco estágios ninfas dos quais o último alcança 2 mm de longitude, é achatada,  cor-de-laranja, com olhos vermelhos amplamente separados e é móvel.
  • O inseto, devido ao se hábito alimentício, é capaz de adquirir a bactéria e transmiti-la, assim, a plantas saudáveis.
  • O inseto não afeta somente a salva vegetal de plantas do gênero Citrus, mas também das plantas ornamentais como a Murraya paniculada que é um excelente reservatório natural da bactéria e do vetor.
  • As características necessárias para o desenvolvimento do D. citri são temperaturas altas, mais de 30°C e seu pico populacional tem relação direta com a disponibilidade de brotos mais brandos com o que a aparição pode coincidir com a do minador dos citros.

 

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amarelao4 J.M. Bové , INRA Centre de Recherches de Bordeaux, Francia.

Que zonas ou condições dos cultivos são mais predispostas a contrair esta praga?

RP: Na realidade, se encontra em todo tipo de árvores, zonas, climas, altitudes e em plantas bem nutridas como em plantas voluntárias ou árvores dispersas sem nenhum manejo agronômico. 

Que mecanismos de controle devem ser tomados para controlar o aparecimento da Praga e/ou erradicá-la do cultivo? 

RP: A estratégia tem três pilares: inspeção, para o diagnóstico prematuro da doença, eliminação de árvores doentes e combate agressivo do inseto. Deve-se entender esta estratégia como uma cadeia, devido a que praticamente é impossível erradicar a praga do cultivo. Ainda não foi encontrada a cura desta doença, o que se deve fazer é eliminar as árvores afetadas para evitar que contaminem as outras árvores e realizar um plano estratégico de manejo integrado da praga para manter o inseto vetor em populações em quantidades mais baixas possível, isto inclui necessariamente realizar aplicações pontuais de inseticidas.

Em geral, de quanto foram as perdas causadas pelo amarelão na América Latina em 2010?  

RP:Alguns dados fornecidos pelo Organismo Internacional Regional de Sanidade Agropecuária (OIRSA) Indicam que no Brasil, três milhões árvores de laranja doce foram erradicadas em 2004, na Flórida se disseminou em três anos e se calcula a perda por HBL e Canker (outra doença importante dos citros causada por outra bactéria) de US$ 9.3 bilhões. Na Costa Rica, por exemplo, somente em campanhas de prevenção, capacitação e instalação de laboratórios e outros, se menciona um investimento de aproximadamente 500 milhões de colones (aproximadamente US$ 1 milhão) para combater esta praga.

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J.M. Bové , INRA Centre de Recherches de Bordeaux, Francia.

Em sua opinião, as fortes mudanças climáticas que se apresentaram em 2010 são a razão pela qual esta doença afetou em grande medida as plantações de cítricos? 

RP: Los científicos no descartan esta posibilidad, pero como se ha venido diseminado la plaga por las Américas, principalmente por el litoral Atlántico, se cree que los fenómenos de huracanes y afines propiciaran o favorecieran la diseminación de la plaga en los diferentes continentes. 


Outras fontes:


Diario El informador de México

Estado Experimental Agroindustrial